A Justiça uruguaia condenou à prisão nesta quinta-feira (3) sete militares aposentados por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar (1973-1985). Três deles já cumprem penas por outros crimes semelhantes no mesmo período.
José Nino Gavazzo, Jorge Silveira, Mario Aguerrondo, Ernesto Rama, Rudyard Scioscia, Mario Frachelle e Mario Cola foram processados por "privação de liberdade e violência privada" contra cerca de trinta detidos no centro clandestino de tortura "300 Carlos", que funcionou entre 1975 e 1977 em um complexo militar na capital Montevidéu.
O procurador especializado em crimes contra a humanidade, Ricardo Perciballe, havia solicitado a instauração de processo com prisão de oito repressores por esses crimes. Um deles morreu durante o processo judicial.
Gavazzo, Silveira e Rama já haviam sido condenados por outros crimes contra a humanidade cometidos durante o governo. Os outros serão presos pela primeira vez.
A denúncia havia sido apresentada em 2011, quando o ex-guerrilheiro e então presidente de esquerda José Mujica retirou a proteção concedida por uma lei de anistia aprovada na década de 1980, conhecida como Lei da Caducidade, para investigações de violações de direitos humanos.
A Promotoria Especializada em Crimes Contra a Humanidade ainda tem 13 pedidos pendentes de ação penal contra cerca de 50 pessoas implicadas em crimes relacionados ao terrorismo de Estado, segundo o jornal local "La Diaria".