O presidente dos EUA, Donald Trump, enfrenta ainda mais pressão nesta segunda-feira (15) contra a realização de um comício eleitoral esta semana, em Tusla, Oklahoma, depois dos pedidos de uma alto autoridade da saúde e de um jornal locais, devido à pandemia de Covid-19. "Esta é a hora errada", diz o editorial do jornal "Tulsa World" sobre o comício, que marca o retorno de Trump à campanha antes das eleições de novembro. "Não sabemos por que ele escolheu Tusla, mas não vemos como essa visita seja boa, de alguma forma, para a cidade", acrescenta o jornal.
Em 1921, Tulsa foi palco de um dos piores massacres raciais da história americana. Inicialmente, o evento estava marcado para 19 de junho, o dia conhecido como "Juneteenth", que comemora o fim da escravidão nos Estados Unidos. Diante da enxurrada de críticas, o presidente adiou o comício para o dia seguinte, 20, "por respeito" ao feriado e no momento em que o país é varrido pro protestos contra o racismo após a morte do afro-americano George Floyd, por um policial branco. O jornal indicou que o coronavírus continua a se expandir e que ainda não há vacina, portanto, "será nosso sistema de saúde que terá de lidar com quaisquer efeitos" que o comício venha a acarretar. O ato está programado para acontecer em uma arena com capacidade para 20.000 pessoas. Hoje, no Twitter, Trump disse que "quase um milhão de pessoas pedem ingressos para participar" do evento de Tusla, localidade de menos de meio milhão de habitantes. O diretor do Departamento de Saúde de Tusla, Bruce Dart, pediu, no domingo, que o evento seja adiado, devido aos riscos de expansão do coronavírus. "Estou preocupado com nossa capacidade de proteger qualquer pessoa que participe de um grande evento em ambientes fechados e também com nossa capacidade de garantir a segurança do presidente", disse ele ao "Tulsa World". Ele acrescentou que "é uma honra para Tusla que um presidente em exercício queira visitar nossa comunidade, mas não durante uma pandemia". "Eu gostaria que fosse adiado para um momento em que o vírus não seja tão preocupante quanto hoje", insistiu. Trump minimizou os riscos do coronavírus em seu esforço para revitalizar a economia dos Estados Unidos - o país mais afetado pela pandemia no mundo, com mais de 115 mil mortes -, antes das eleições de novembro.*G1— Foto: Patrick Semansky/AP