EUA pagam mais caro e ficam com remessa de máscaras chinesas destinadas à França.
Mundo
Publicado em 02/04/2020

Oferta de pagamento em dinheiro vivo e de três a quatro vezes mais caro que o preço original. É desta forma que máscaras encomendadas pela França são adquiridas por americanos na pista de aeroportos chineses, momentos antes de embarcar a seu destino. O episódio é apenas mais um na saga sobre a escassez de máscaras de proteção que vivem as grande potências. No desespero para lutar contra a epidemia, os Estados Unidos parecem não hesitar em adotar práticas agressivas.

Uma autoridade regional francesa afirmou na quarta-feira (1°) que a competição para obter máscaras fabricadas na China é tamanha que os americanos as compram diretamente nas pistas dos aeroportos chineses antes de iniciarem sua viagem à França.

"Na pista, os americanos oferecem dinheiro e pagam três ou quatro vezes o preço dos pedidos que fizemos, temos que lutar", disse Jean Rottner, presidente da região francesa Grand Est, no leste do país, uma das mais afetadas pelo novo coronavírus, em declaração à rádio francesa RTL. Segundo ele, os aviões partem em seguida rumo aos Estados Unidos e não à França. "É complicado, lutamos 24 horas por dia" para obter as máscaras, disse Rottner, explicando que criou uma célula especial em sua região para tratar a questão. Segundo ele, uma remessa do material adquirido pelos americanos seria distribuída a profissionais que trabalham em casas de repouso para idosos da região. Na terça-feira (31), Renaud Muselier, presidente da região francesa Provence-Alpes-Côte d'Azur, no sudeste, também reclamou das práticas americanas e do desvio das mercadorias com a oferta de um valor mais alto. "A maior dificuldade é a entrega. Diante deste problema, estamos aumentando a segurança das remessas para que elas não sejam comprada por outros", reiterou.*G1 — Foto: Cristian Hernandez/AFP

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