Após duplicarem em uma semana, os casos de Covid-19 no mundo ultrapassaram a marca de 1 milhão na tarde desta quinta-feira. Segundo o levantamento realizado pela Universidade Johns Hopkins, já são mais de 1 milhão de infectados pela doença — destes, mais de 500 mil estão na Europa e mais de 217 mil nos Estados Unidos. O número de mortos já passa de 51 mil. Dentre os casos confirmados, o número no Brasil. chegou a 7.910, com 299 mortes, de acordo com o site do Ministério da Saúde que contabiliza os dados da epidemia no país. Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 58 novas mortes. Com base no levantamento divulgado na quarta-feira, o aumento no número de casos no país foi de 15,71%. Em relação às mortes, o crescimento foi de 24,07%. Desde que Wuhan, marco zero da pandemia, registrou seu primeiro caso em dezembro, foram necessários 67 dias para que o número de pessoas infectadas no mundo alcançasse 100 mil. Para que os casos chegassem a 200 mil, passaram-se apenas 11 dias. Seis dias adiante, em 24 de abril, já eram 400 mil diagnósticos. O número de infecções bateu a casa dos 500 mil há exatamente uma semana, no último dia 26. No total, foram contabilizadas 51.364 mortes, das quais 37.709 na Europa. Com 13.915 mortos, a Itália é o país com mais vítimas fatais, seguida de Espanha (10.003), França (5.387) e Estados Unidos (5.316). No Brasil, cerca de seis em cada dez casos confirmados estão no Sudeste. Depois vem o Nordeste, com aproximadamente 15% dos infectados confirmados, seguido do Sul (10%), Centro-Oeste (6,7%) e Norte (4,3%). Apenas cinco estados brasileios continuam sem registrar mortes: Acre, Amapá, Mato Grosso, Roraima e Tocantins. A taxa de letalidade atual é de 3,75% O Ministério da Saúde vem alertando que as confirmações aumentarão na medida em que os testes sejam feitos mais rapidamente. Há um represamento, hoje, de exames nos laboratórios pendentes de resultados, e a subnotificação de infecções e mortes preocupa especialistas. Frente à pandemia, cerca de metade da Humanidade — algo em torno de 3,9 bilhões de pessoas em mais de 90 países — foi orientada ou obrigada a se isolar socialmente. Para mais de 2,7 bilhões em 49 países ou territórios, o confinamento é uma ordem. Na maioria dos casos, a população pode sair de casa apenas para trabalhar, comprar produtos básicos ou ir ao médico. Em ao menos outros 10 locais, entre eles o Brasil, há em vigor orientações para permanecer em casa. Em outros 26, há toques de recolher em ativa. A velocidade de crescimento de novos casos, no entanto, mostra que as medidas não vêm sendo suficientes para conter a pandemia em boa parte dos países. As consequências socioeconômicas da crise de saúde crescem dia a dia: milhões de pessoas já perderam seus empregos, setores inteiros foram afetados e os mercados pelo mundo têm pela frente um panorama nada animador. Mais de 20% das infecções no mundo estão concentradas em um único país, os Estados Unidos, onde o número de casos ultrapassa 217 mil, com mais de 5,1 mil mortes. O epicentro dos casos no país está no estado de Nova York que, sozinho, tem quase 84 mil pessoas infectadas, com mais de 1,9 mil mortes. Após semanas de inatividade – o presidente Donald Trump chegou a dizer que a Covid-19 era “só uma gripe” – a Casa Branca foi forçada a aceitar a realidade frente a previsões de que, mesmo com medidas de distanciamento social bastante restritas, entre 100 mil e 240 mil americanos poderão morrer em razão da doença, mais do que nas guerras do Vietnã e da Coreia. Na última terça, com recomendações de distanciamento em vigor até ao menos o fim de abril, Trump reconheceu que a doença é “algo violento”.*G1Foto: CESAR MANSO / AFP