Manifestantes vão às ruas em cidades do Irã no terceiro dia de protestos.
Mundo
Publicado em 13/01/2020

Manifestantes foram às ruas das cidades do Irã nesta segunda-feira (13) pelo terceiro dia consecutivo para protestar contra o fato de as autoridades do país terem mentido, durante três dias, sobre a queda de um avião civil, que aconteceu em meio a um conflito com os Estados Unidos. Vídeos mostram o batalhão de choque e os manifestantes de novo nas ruas nesta segunda-feira (13). Em imagens de protestos anteriores, se veem pessoas cantando slogans contra o líder supremo do país, poças de sangue nas ruas e disparos de tiros. As autoridades negaram que a polícia tenha atirado. O presidente dos EUA, Donald Trump, foi a uma rede social e escreveu uma mensagem em que dizia para que o Irã não matasse os manifestantes. O governo iraniano admitiu que na quarta-feira (8) derrubou um avião de uma companhia aérea da Ucrânia e matou 176 pessoas, horas depois de ter disparado mísseis contra bases dos EUA no Iraque, como retaliação pela morte de seu general mais importante, Qassem Soleimani. O descontentamento no Irã eclodiu nas ruas depois de três dias em que o governo negou repetidamente que tinha culpa na queda do avião. Quando os militares admitiram que eles mesmos haviam derrubado a aeronave, no sábado (11), começaram as manifestações.  Vídeos publicados em redes sociais no domingo (12) à noite mostram tiros na região da praça de Azadi, em Teerã. Pessoas feridas foram carregadas, e encarregados de segurança foram vistos com rifles. Outras publicações mostram o batalhão de choque atacando manifestantes com cassetetes, enquanto as pessoas por perto gritam para que eles não façam isso. Entre os vídeos que circulam nas redes sociais, há alguns que mostram manifestantes gritando “morte ao ditador”, em uma referência ao aitolá Ali Khamenei. “Eles mataram as nossas elites e os substituíram com clérigos”, cantam as pessoas em protestos do lado de fora de uma universidade nesta segunda-feira (13), em uma aparente referência aos estudantes que voltavam para o Canadá que morreram no voo da companhia aérea ucraniana. A Reuters não conseguiu verificar a autenticidade dessas gravações. A mídia iraniana ligada ao governo relatou as manifestações no sábado (11) e domingo (12), sem dar detalhes.*G1 — Foto: Nazanin Tabatabaee/Wana/ via Reuters

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