A família de uma brasileira moradora de Guarujá, no litoral de São Paulo, busca meios de trazê-la de volta ao Brasil após ela passar mal e ser internada em um hospital americano durante uma viagem de férias que duraria apenas 15 dias. Eliane Aparecida Taniolo, de 47 anos, já está há mais de um mês hospitalizada com uma pneumonia dupla aguda, passou pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI), coma induzido e o marido e os filhos acompanham tudo via internet. Eliane tirou férias do trabalho e viajou para passar 15 dias em Boston, onde tem família. O marido e os filhos, de 11 e 14 anos, ficaram no Brasil por conta de trabalho e estudos. A previsão era chegar em Boston dia 2 de novembro e retornar no dia 14, mas nos primeiros dias de viagem Eliane já sentiu o mal estar. "No segundo dia em Boston ela sentiu dificuldade respiratória e foi para uma clínica indicada pelo seguro viagem contratado. De lá, foi encaminhada para um hospital com maior capacidade de atendimento. Eles entenderam que era um caso grave", explica o marido de Eliane, Marcelo Panellas. O caso foi se complicando e Eliane precisou ser transferida de helicóptero para um hospital referência em Massachusetts. A brasileira chegou a ficar 26 dias em coma induzido, com um quadro de pneumonia dupla aguda. A prima de Eliane e uma irmã, que viajou para vê-la, a acompanham no hospital. O marido continua no Brasil com os filhos do casal. "Em um determinado momento faltava tanto ar que entubaram ela. Ela só respirava por ajuda de aparelhos. Ficou em coma, e depois fizeram uma traqueostomia e sonda nasogástrica para alimentação. Nós nos comunicamos por mensagem e a hora que ela puder vir embora, não poderá vir por meios normais, em um avião convencional, precisará de um avião com UTI", explica o marido. Eliane deveria ir para uma Clínica de Recuperação, mas como não tem plano de saúde internacional e sua recuperação depende de fisioterapia pulmonar e física, os médicos resolveram mantê-la na UTI para estabiliza-la, iniciar sua recuperação e deixa-la em condições de retorno ao Brasil. "Essa semana tivemos a primeira noite que ela passou respirando sem a ajuda de aparelhos e foi a primeira vez que conseguiram colocar ela de pé após o incidente. Cada dia é uma evolução, ainda bem." Marcelo tentou contato com o consulado brasileiro nos Estados Unidos, mas no site da instituição diz que em caso de acidentes e hospitalizações de cidadãos brasileiros, 'a autoridade consular poderá ser consultada sobre a existência de clínicas ou hospitais que possam ser eventualmente indicados, de preferência gratuitos, para auxiliar brasileiros no exterior' e que os consulados e embaixadas do Brasil não podem custear despesas com consultas, remédios, internações ou tratamento médico.
Sem mais opções, a família criou uma vaquinha online para arrecadar recursos para trazer Eliane de volta para o Brasil. "Queremos trazê-la para casa, para ficar junto de nós, dos filhos e da família", finaliza.*G1— Foto: Arquivo Pessoal