O corpo da atriz Elke Maravilha é velado, na manhã desta quarta-feira (17), no Teatro Carlos Gomes, no Centro do Rio de Janeiro. O enterro deve acontecer às 17h no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
Por volta das 8h50, o corpo foi preparado e recebeu uma maquiagem especial e uma roupa que Elke usou no espetáculo "Elke canta e conta", que, segundo o irmão Frederico Grunupp, ela gostava muito e foi confeccionada pelo estilista Breno Bealt, natural de São João Del Rey, em Minas Gerais.
"Quando ela estava hospitalizada, chegou a me pedir para que fosse enterrada bem bonita. Eu mesmo escolhi vestido e adereços que ela mais gostava. A maquiagem está sendo feita por um grupo de amigos daquele jeito que ela gostava", afirmou Frederico, que ainda fez um agradecimento especial ao prefeito Eduaro Paes, que cedeu o teatro Carlos Gomes para o velório e está dando apoio à família para a realização do enterro.
Primeira coroa de flores chegou por volta das 9h ao Teatro Carlos Gomes, onde corpo de Elke é velado (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)
A atriz morreu no Rio de Janeiro, no início da madrugada desta terça (16), aos 71 anos. Elke estava internada na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, desde o dia 20 de junho.
O irmão de Elke, Frederico, disse que ela foi operada de uma úlcera e ficou em coma induzido. A atriz morreu por volta de 1h.
"Depois da cirurgia para tratar uma úlcera, e como ela tinha diabetes, acabou não respondendo à medicação", contou Frederico em entrevista ao EGO.
Antes de ser internada, Elke vinha se apresentando pelo país com o espetáculo "Elke canta e conta", onde falava de passagens de sua vida desde a infância na Rússia, os casamentos e a vida como modelo e apresentadora.
Durante a internação, o irmão dela disse em entrevista ao G1 que a recuperação estava ocorrendo devagar, principalmente por conta da idade da atriz.
"Conforme as dores foram diminuindo, a medicação foi sendo reduzida. Ela já está sorrindo, pisca o olho e até está mandando beijo. Não perdeu o humor e passa bem", afirmou Frederico.
Em seu perfil no Facebook, foi postada a seguinte mensagem nesta terça pelo administrador da página:
"Avisamos que nossa Elke já não está por aqui, conosco. Como ela mesma dizia, foi brincar de outra coisa. Que todos os deuses, que ela tanto amava, estejam com ela nessa viagem. 'Eros anikate mahan' (O amor é invencível nas batalhas). Crianças: conviver é o grande barato da vida, aproveitem e convivam."
Elke Maravilha em seu último trabalho, 'Elke Canta e Conta' (Foto: Estúdio Mandala/Divulgação)
Carreira
Elke Grunnupp nasceu na Rússia, em 1945. Chegou ao Brasil ainda criança com os pais, para morar em Minas Gerais. Começou a trabalhar como modelo e manequim aos 24 anos. A carreira na televisão iniciou na “Discoteca do Chacrinha”. Depois fez novelas, filmes e peças.
Passou seis dias presa durante o regime militar por desacato, após rasgar um cartaz de procurado com a foto do filho da estilista Zuzu Angel, para quem desfilava.
Foi também secretária, bibliotecária, bancária, professora e tradutora. Casou-se várias vezes, já disse ter feito aborto, foi rainha de associação de prostitutas no Rio, estrela do cinema e viveu a vida intensamente.
Em entrevista ao G1, em junho de 2015, afirmou que ainda tinha muito o que fazer e muito o que aprender. Um dos seus últimos trabalhos na televisão foi uma participação no quadro "O Grande Plano", do Fantástico, em dezembro do ano passado