Mulher tem parada cardíaca e morre após fazer três cirurgias plásticas em clínica de estética de Salvador
Bahia
Publicado em 18/02/2025

Uma mulher de 54 anos morreu na madrugada desta terça-feira (18), em uma clínica de estética no bairro de Ondina, em Salvador, após fazer três cirurgias plásticas e ter uma parada cardíaca. A Polícia Civil investiga o caso.

Segundo a família da corretora de imóveis Veruska Rendall, a mulher fez procedimentos estéticos no abdômen, mama e nádegas. As cirurgias começaram às 9h de segunda-feira (17) e foram concluídas 0h desta terça (18). Foram cerca de 15 horas de procedimento.

Apenas o marido de Veruska sabia que ela faria os procedimentos. De acordo com a irmã da mulher, Soraya Rendall, a família não foi informada a pedida da própria mulher.

Quando passou mal, a corretora de imóveis foi atendida por uma médica que estava de plantão. Uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) também foi acionada para dar suporte na clínica de cirurgia plástica.

O local não tinha sala de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas possuía equipamentos de ressuscitação.

"O médico fez a cirurgia naturalmente e foi embora. Ele mesmo disse lá que não tinha um outro médico na clínica. Poderia ter um enfermeiro ou alguma coisa, mas a gente não sabe se no momento desse, essa pessoa estava capacitada para fazer uma reanimação", disse a irmã de Veruska, Soraya Rendall.

 

"Os riscos eram grandes. Ela estava muito animada para fazer a cirurgia, a família não sabia, mas o marido sabia e evidentemente deu a maior força. Quando ela botava uma coisa na cabeça, não tinha quem tirasse".

Soraya Rendall acredita que os médicos teriam que convencer a paciente a não fazer os três procedimentos de uma vez só. Ela acrescentou que Veruska fez todos os exames antes das cirurgias e não apresentou problemas de saúde.

"Cabia aos médicos não permitir que fizesse todas as cirurgias de vez, não a paciente. A paciente quer fazer tudo, ficar bonita. Era para falar: 'Olha, Veruska, vamos fazer parte agora, outra em seis meses, e não fazer uma cirurgia tão longa".

Conforme o delegado Nilton Borba, titular da 7ª Delegacia Territorial (DT/Rio Vermelho), a causa da morte de Veruska só será definida após análise dos laudos periciais.

 

"O médico será chamada para ser ouvido, mas o que vai balizar realmente as investigações são os laudos periciais que serão realizados", afirmou.

 

Em nota, o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) informOU que, até o início da tarde desta terça, não recebeu denúncia sobre o caso. A autarquia federal orientou que, caso a família entenda que houve indícios de infração ética por parte do atendimento médico, realize uma denúncia para a apuração dos fatos.

 
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